domingo, 15 de abril de 2012

Lakmé... Aniversário, Joan Sutherland e tanta beleza...

Lakmé, ópera em tres atos de Delibes, foi baseada num Libretto frances de Gondine & Gille. Delibes escreveu a música entre 1881 e 82 e a estréia foi 14 de abril de 1883… Lakmé estreiou em Abril de 1883 na Opéra Comique em Paris onde celebrou mais de 500 apresentações !
Meu tio, que cumpriu hoje 86 anos, «descobriu» a música do dueto das flores há muitos e muitos anos na minha casa durante um almoço… Não posso esquecer-me do quão “excitado” ele ficou ao ouvir esta linda música… “Eu sempre quiz sabe o que era isso… Que Ópera é? O que é?”, ele dizia,repetia... E eu lhe contei da simples história de Lakmé… Eu... contando para um grande conhecedor de música algo que ele não conhecia! Como foi bom poder entregar-lhe hoje, pessoamente, um CD duplo de Joan Sutherland cantando "Lakmé".
Baseada num livro do meio do século 19 chamado “Rarahu”, Lakmé conta a história da filha de um sacerdote Brahmin, na India do século 19. Época na qual muitos hindus foram obrigados a praticar sua religião em segredo… De um “certo” exotismo “Lakmé” significa para o mundo da Ópera o que “La Bayadère” (material sobre o qual já também escrevi) significava para o mundo do Ballet. Cores, cheiros do Oriente, flores exuberantes, Cerimonias hindús, templos, florestas sub-tropicais… Um curto resumo (ahhh, como adoro contar estórias!):
Nilakantha – um alto sacerdote Brahmin tem uma filha chamada Lakmé (nome derivado do nome em sanscrito “Lakshmi” e que é o nome de uma amiga querida que tenho no Sri Lanka). Esta e sua empregada Mallika, a caminho de uma cerimonia hindú vao colher flores para esta e cantam o duo mais conhecido da Ópera. Para mim em particular, um dos “hinos” à harmonia, beleza, paz, tranquilidade, serenidade… Voces o ouvirão ao final desta postagem…
Chegando perto do rio, Lakmé remove suas jóias, as coloca encima de um banco e vai colher mais flores… Dois oficiais ingleses com suas respectivas namoradas (e sua governanta) passam por este banco e vendo estas jóias as moças pedem um desenho delas… (Hoje em dia as roubariam!). Gérald se oferece a faze-lo e fica ali, fazendo um esboço: Lakmé retorna e inicialmente se assusta, grita por socorro só para mandar embora as pessoas que correram a ajudá-la pois ela de certa forma ficou “fascinada” e se sente atraída por este estrangeiro, que, como ingles “ocupando a India", é inimigo do Hinduísmo e do seu povo…
Eles "começam" a apaixonar-se. Quando Nilakantha volta da cerimonia (a qual, como voces notaram, Lakmé não foi…) e é informado do que aconteceu, jura viingança para restaurar a “honra” de Lakmé (que, aliás, ainda não perdeu-a).
No segundo ato, no Bazaar, Nilakantha força Lakmé a cantar (A “canção do Sino”, a aria mais conhecida de toda a Ópera) para “atrair” o estrangeiro. Quando Gérald aparece, Lakmé desmaia, dando assim “a bandeira” de quem ele é. Nilakntha agora, sabendo quem ele é, apunhala Gérald, ferindo-o gravemente… Lakmé o leva para um esconderijo no qual ela o trata até recuperar sua saúde.
No último ato Lakmé foi apanhar “água sagrada”, o que reconfirmará os votos dos amantes. Enquanto está ausente Fréderic (outro nome frances para um soldado ingles!) visita Gérald e o faz recordar suas obrigações perante o regimento britanico e à Coroa.
Quando Lakmé retorna ela imediatamente pressinte uma certa mudança em Gérald e em seu comportamenteo. Ela sabe que o amor dele por ela foi perdido, acabou… Sem querer continuando a viver sem honra (voces sabem, a velha estória, no esconderijo eles não só cantaram... ), ela morre com honra comendo uma folha de uma flor linda porém venenosa: Dantura…
“Lakmé” é extremamente convencional mas MUITO agradável visual- e musicalmente. E já que a moda (da época) tendia a este “exotismo” sua orquestração é extremamente delicada, de uma leveza quase etérea com “cores leves e harmonicas”, de uma riqueza melódica de fazer inveja a muitos compositores! Considero “Lakmé” O EXEMPLO da Ópera romantica francesa do século 19: Um arco-íris oriental usando e abusando de preces, encantos, danças, cenas de mercado… mas MUITO sutilmente. A aria “Canção do sino” ("Où va la jeune Hindoue?") tornou-se um “tour-de-force” para todo soprano de coloratura (e incrívelmente possui uma tradução italiana chamada "Dov'e l'indiana bruna?").
Mas não vou tocá-la aqui: Prefiro o “Dueto das Flores” apesar de voces deverem conhece-lo de anúncios (aqui, na Austria, da geléia “D’arbo” e até da British Airways!!!!!). Assistam, a maravilhosa e única, Joan Sutherland (com Huguette Tourangeau), em 1976 "abusando do direito" de cantar bem! Para certos momentos de ARTE só posso dizer: VIVA!!!!) Tudo isso dedicado ao querido Dr. Karl Becherer, que cumpriu hoje seu octagézimo-sexto aniversário e da casa de quem acabamos de chegar!!!! ALLES GUTE ZUM GEBURTSTAG, MEIN LIEBER CHARLIE!

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